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Nhá Chica - a fé de milagres

Nhá Chica é conhecida por sua fé e seus milagres: são mais de 33 mil relatos no Santuário Nossa Senhora da Conceição, em Baependi (MG). Na região, a beata é reconhecida como Santa pelos seus fiéis. Essa devoção estende-se pelo país, a cidade recebe romarias de todo o Brasil durante o ano inteiro.

Quem é devoto dela guarda consigo amuletos, como medalhas e relíquias, para sua proteção. Assim, a crença em Nhá Chica é passada de pai para filho, multiplicada entre amigos, de mãos em mãos. Suas graças eram explicadas com simplicidade: “isso acontece porque rezo com fé”, dizia a beata. A religiosidade está presente entre os criadores do Mangalarga Marchador, que também rogam por seu plantel.

Bruno Meirelles, proprietário da Fazenda Encruzilhada, em Cruzília, ganhou uma medalhinha de Nhá Chica de um amigo durante a Nacional de 2001, para a intercessão dela a uma égua que mancava. Com a medalha no bolso e a fé devota, Bruno conquistou com a égua Angaí Tâmara títulos de Campeã Nacional, Campeã Brasileira e Reservada Campeã das Campeãs naquele ano. O tempo passou, a medalha que carregava na carteira se perdeu. Depois de sete anos, em 2012, tornou a reencontrá-la no meio do barro do curral.

No ano seguinte, Bruno fazia a mudança de pasto de suas éguas, que estavam a pouco tempo de parir. Enquanto conduzia o grupo no curral apertado para o caminhão, atingiu por acidente o olho de uma delas com a farpa de uma vara de pitangueira. Era a égua Angaí Encruzilhada (Traituba Aviso x Angaí Tatuagem). O olho da égua logo inchou, e Bruno, com sua medalhinha de Nhá Chica entre os dedos, colocou as mãos sob o ferimento e rezou. Rezou com fé. Rezou como nunca havia rezado antes. Pediu ajuda como o culpado da ação, mesmo que sem intenção. Pediu a Jesus e a intervenção de Nhá Chica para a cura do animal. Mais tarde, consultado o médico veterinário, acreditavam que a égua, com aquele olho furado, ficaria cega.

O criador passou, então, a cuidar todos os dias da égua Encruzilhada, aplicando somente soro fisiológico e protegendo o ferimento com gaze. “Durante o tratamento, continuei rezando e fiz a novena da Nhá Chica... eu tinha um desejo muito grande pela cura e também sentia a necessidade de vitória, pois o acidente me trazia um sentimento muito grande de derrota, de incompetência”, conta. Com sua assistência e orações, o olho da égua curou-se em 40 dias. Era milagre da beata. A égua voltou a enxergar normalmente, e, quando o potrinho nasceu, foi vendido e o dinheiro doado para as causas de Nhá Chica.

O milagre da beatificação

A fé dos criadores alcançam graças para o povo católico. O famoso milagre de Nhá Chica, o qual a consagrou como beata pela Igreja Católica, sucedeu com uma também criadora do cavalo Mangalarga Marchador em Caxambu, no sul de Minas.

Ana Lúcia Meirelles Leite, professora aposentada e proprietária do Haras Caxambu, sempre foi devota de Nhá Chica. Conta que desde criança reza pela santa, chegando a tratar-lhe como uma amiga. Em 1995, com seus 50 anos, depois de uma isquemia, descobriu um grave defeito congênito no coração. Para os médicos, a cirurgia era imprescindível para correção e melhoria de sua saúde. Dias antes da operação, Ana Lúcia encontrou-se com uma febre muito alta que impediu a realização do procedimento. Meses depois, retornando ao médico para exames, a abertura no coração havia se fechado. Os médicos não possuíam explicação científica para a recuperação de Ana Lúcia. A cura, comprovada por exames, foi atribuída à intercessão da santa. A comunidade médica do Vaticano reconheceu o feito, e em Maio de 2013 Nhá Chica foi beatificada.

Santa ou beata

Na Igreja Católica, a elevação de uma pessoa à santa é chamada de canonização. Esse processo é duradouro e é analisado pelo Vaticano em três fases. Primeiro, o reconhecimento das virtudes e martírio dos aclamados, consagrando-os como “Veneráveis”. Em seguida, coloca-se em andamento a fase da beatificação, a qual aceita-se um relato comprovado de milagre do devoto. Por último, instala-se o processo de canonização, em que serão analisados milagres do santo, após ter se tornado beato.

Para Daniel Arantes Mangia, proprietário do Haras Encruzilhada e médico residente em Cruzília, “o físico e o espiritual caminham juntos”. Devoto de Nhá Chica, acompanha e acredita em suas bem-aventuranças e sempre pede a ela pela proteção do criatório e de seus animais.

 
 
 

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